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O PROCESSO KISSINGER
MAURICE GIRODIAS
Introdução de JOAQUIM VITAL
Tradução de Casimiro da Piedade

ISBN 978-989-98987-5-2
2020
132 PÁGS. (VI+126)
185 X 115 mm
13,50 EUR
(+ 1,30 EUR de custos de envio)
 
 
 
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Nova Iorque, 1974:
em pleno Watergate, vinte anos depois de publicar Lolita de Nabokov em Paris, Maurice Girodias quer refazer a fortuna com um romance de especulação política sobre uma hipotética presidência de Henry Kissinger. Uma bizarra conspiração, porém, formar-se-á para o travar e deportar. Um relato fascinante de um tempo único
.
 

Crónica crepuscular, relato minucioso de um dos mais espectaculares finais de carreira de um editor (carreira já de si propensa a maus e tristes fins), este livro é-o também da grande era dos paperbacks, entre o final da II Guerra Mundial e a década de 1970, e da miríade de editoras publicando para nichos de mercado de centenas de milhar de leitores. Nos EUA, no final dos anos 60, Girodias lançou a marca Olympia nesse caldeirão, conseguindo ainda, entre títulos menores de sexplotation, marcar pontos com o S.C.U.M. Manifesto de Valerie Solanas, pouco depois de esta disparar sobre Andy Warhol, e Inside Scientology (1972), o primeiro testemunho sobre a verdadeira e insidiosa natureza da Cientologia, um livro que, como se verá, custou muito caro ao editor. “Vítima” do amaciamento da censura à literatura – contra a qual ele lutara na frente de batalha nas décadas de 1950 e 60, mas que era, ao mesmo tempo, a raison d’être do seu projecto de edição – vítima, sobretudo, de si mesmo, Girodias acabou por sê-lo também, final e definitivamente, de uma conjugação de adversários bem mais duros e ardilosos do que os juízes franceses.
Para a introdução, em vez do texto de Philippe Sollers que abre a edição original de L’Affaire Kissinger, optou-se pelo testemunho do amigo e editor de Girodias, Joaquim Vital (1948-2010), publicado num belo volume de memórias, Adieu à Quelques Personnages.

 
 
MAURICE (JOHN KAHANE) GIRODIAS nasceu em Paris em 1919. Filho de Jack Kahane, editor inglês radicado em Paris, cuja Obelisk Press publicou em inglês Joyce, Durrell e Miller (com 15 anos, desenha a capa para o Tropic of Cancer deste). Adopta o nome de solteira da mãe, menos conspicuamente judeu, após a ocupação alemã.
Funda as Éditions du Chêne em 1941. Depois da venda destas à Hachette, e na senda da Obelisk, funda em 1953 a Olympia Press, que publica em inglês literatura erótica e pornográfica proibida na América e no Reino Unido para um público de leitores constituído pelos milhares de turistas, expatriados e soldados americanos e ingleses em trânsito na capital francesa, mas também algumas das mais importantes obras da literatura de vanguarda de meados do século XX, de autores como Beckett, Burroughs ou Nabokov, cujo Lolita (recusado por todos os editores americanos e ingleses) faz dele um homem rico durante alguns anos. Ganha a reputação de mau pagador a autores cada vez mais famosos. Maus investimentos (uma lendária boîte parisiense, a Grande Séverine), condenações em tribunal e o fim da censura férrea nos EUA e no Reino Unido ditam a sua falência. Parte para Nova Iorque em 1967, mas a sorte não volta a sorrir-lhe. Regressa a França em condições dramáticas em 1977. Depois do sucesso dos dois primeiros volumes de memórias, em 1990, morre nesse ano de ataque cardíaco, quando dava uma entrevista.
 
 
JOAQUIM VITAL (1948-2010)
Depois de preso pela PIDE, com 18 anos, exila-se na Bélgica, onde vive até 1973, ano em que se muda para Paris. Aí funda, em 1976, as Éditions de La Différence, que se tornam, em breve, numa plataforma de divulgação da literatura portuguesa em França, tendo a colaboração assídua de Júlio Pomar como ilustrador e capista.
Publica e divulga em França autores portugueses como Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Fernão Mendes Pinto, Mário de Sá-Carneiro, Sophia de Mello Breyner, Virgílio Ferreira (que conquista o prémio Femina em 1990), Eugénio de Andrade, Urbano Tavares Rodrigues, Vasco Graça Moura, Maria Judite de Carvalho ou Mário Cláudio.
Em 2004 publica Adieu à quelques personnages, memória dos escritores e artistas com quem colaborara, em que inclui um texto sobre Girodias, cujas memórias e este L’affaire Kissinger tinham sido publicados por si.
Tal como Girodias, tem morte súbita, quando visitava Lisboa na Primavera de 2010.
Postumamente, publicou-se em Portugal a tradução de um livro de relatos seus de 2008, La vie et le reste (A vida e o resto, Vega, 2011).
 
"Uma fantástica história de edição"
Francisco José Viegas

CORREIO DA MANHÃ, "Blog", 05.11.20
LER
 
"O curto relato lê-se como novela"
LER, Inverno 2020/2021
 
"O percurso de Maurice Girodias contado pelo próprio é um deleite de leitura. O modo simultaneamente galvanizador e desencantado como se vê, a si e ao seu percurso profissional, resultam num texto cujo narrador merecia, com toda a justiça literária, ser personagem principal num romance pícaro de contornos trágicos."
Sara Figueiredo Costa
BLIMUNDA, nº 101
LER
 
Ficheiro ZIP contendo imagem em alta da capa, amostra do conteúdo do livro em PDF e bio do autor (3.26 Mb)
 
 
 
   
     
 
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© 2014 Pedro Piedade Marques